Perguntas Frequentes
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Há momentos em que a gente se cansa de ser quem é.
Parece
que tudo o que fazemos dá errado, que reagimos sempre do mesmo
jeito, que repetimos as mesmas histórias e acabamos feridos do mesmo
modo.
Você tenta mudar.
Tenta ser mais calmo, mais
paciente, mais forte, mais confiante.
Mas, mesmo tentando tanto,
continua se decepcionando, com você e com os outros.
A frustração cresce, e o corpo sente: o coração acelera, a
mente não para, vem a angústia, a ansiedade, o desânimo.
A
sensação é de estar preso em um ciclo que não termina nunca.
Você
quer mudar, mas parece que algo dentro de você resiste.
E, além
disso, há algo ainda mais doloroso: o desejo de que o outro também
mude , e a decepção constante porque ele não muda.
Quantas vezes você pensou:
“Se ele fosse diferente, tudo
seria mais fácil.”
“Se ela me entendesse, eu não sofreria
tanto.”
“Se aquela pessoa mudasse, eu conseguiria mudar
também.”
Mas o outro não muda.
Não fala diferente, não age
diferente, não demonstra o que você espera.
E isso gera um
vazio, um sentimento de impotência, como se a sua paz dependesse das
atitudes do outro.
Aí vem a pergunta: será que a gente tenta
mudar por si mesmo, ou porque espera que o outro mude também?
Às vezes, o sofrimento nasce de uma confusão silenciosa:
queremos mudar, mas o motivo da mudança é sempre o olhar do
outro.
Queremos ser aceitos, compreendidos, amados,
respeitados.
E, sem perceber, vamos tentando ajustar nosso jeito
de ser para caber no espaço que o outro oferece.
O
problema é que esse espaço quase nunca é do tamanho que a gente
precisa.
Quando o outro não corresponde, o que vem é a
decepção com ele, com nós mesmos, com a vida.
Você pode até pensar que o problema está sempre fora: no
parceiro que não entende, no amigo que não retribui, na família
que não valoriza, no chefe que exige demais.
Mas, por
trás de tudo isso, há uma verdade difícil de encarar: não temos
poder de mudar o outro.
Podemos conversar, mostrar o que
sentimos, dizer o que queremos, mas o outro só muda se ele quiser e
se estiver preparado para isso.
Do mesmo jeito que você não
muda só porque alguém te pede, ninguém muda só porque você
quer.
O mais curioso é que, quando a gente aceita que o
outro não vai mudar, uma parte da dor se transforma.
Não
desaparece de repente, mas começa a ficar mais leve.
Porque
o foco volta para onde sempre deveria estar: dentro de nós.
Quando
paramos de gastar energia tentando consertar o outro, sobra força
para olhar pra dentro e entender o que nos prende.
Muitas
vezes, o que chamamos de “amor”, “preocupação” ou “cuidado”
é, na verdade, a tentativa de controlar o que não está ao
nosso alcance, é
uma forma de fugir da própria angústia.
Se você sente que está sempre decepcionado, talvez esteja
esperando demais do outro, e esperando de menos de si mesmo.
Não
se trata de culpa, mas de responsabilidade.
Há uma diferença
enorme entre se culpar e se responsabilizar.
Culpar é
ficar preso ao passado: “Eu devia ter feito
diferente.”
Responsabilizar-se é olhar para o presente e
dizer: “O que posso fazer comigo, agora, com o que tenho?”
Você não pode mudar o outro, mas pode mudar a maneira como se
relaciona com o que o outro te desperta.
Pode aprender a
perceber os próprios limites, a não esperar que o outro cure o que
é seu.
Pode cuidar de si com mais paciência, reconhecendo que
há coisas dentro de você que precisam de tempo, e que não dependem
de ninguém para existir.
Algumas pessoas passam a vida tentando mudar para agradar os
outros:
mudam o jeito de falar, o jeito de vestir, de pensar e de
se comportar.
Mas no fundo, continuam infelizes, porque vivem
presas a um padrão que nunca será suficiente.
A sensação é
de estar sempre devendo algo à alguém ou à si mesmo.
Outras
pessoas passam a vida tentando mudar os outros:
corrigem,
cobram, insistem, e vivem frustradas porque o outro insiste em ser
quem é.
Em ambos os casos, o resultado é o mesmo: cansaço e solidão.
O
corpo sente, a alma se fecha, e a vida perde cor.
Por isso,
talvez o caminho não seja mudar desesperadamente, nem esperar que o
outro mude, mas aprender a conviver com o que não se pode
controlar.
Mudar por dentro não é virar outra pessoa.
É aprender a
reconhecer seus sentimentos sem se envergonhar deles.
É aceitar
que há dias em que a raiva, a tristeza ou a frustração falam mais
alto, e tudo bem.
O problema não é sentir, é se perder
dentro do que se sente.
E isso acontece quando tentamos tapar o
vazio com o comportamento do outro: “Se ele fosse mais
carinhoso”, “Se ela fosse mais atenciosa”, “Se eles me dessem
valor”
Mas o valor que você procura no outro precisa nascer primeiro em
você.
A paz que você espera que o outro traga só se constrói
quando você para de lutar contra quem é.
Ser você mesmo não significa ser teimoso, nem ignorar os limites
da convivência.
Significa ter coragem de ser honesto consigo,
de admitir o que sente, o que pensa, o que quer, sem se esconder
atrás de máscaras.
Significa entender que ser aceito por
todos é impossível, e que tentar isso é o mesmo que se
abandonar.
Você pode se adaptar quando for necessário, no ambiente se trabalho, em um grupo social, em um relacionamento de amizades ou mais intimo, mas não pode se
trair.
Quando você se trai para ser aceito, perde o chão
interno e o sentido da própria vida.
Mudar de verdade começa quando paramos de exigir que o outro
mude.
É nesse ponto que nasce a liberdade emocional: quando
entendemos que o outro é o que é, com suas limitações, com seus
medos, com suas defesas, e que o que dói em nós fala mais sobre nós
do que sobre ele, o outro.
O outro não está aqui para nos
completar, mas para nos mostrar onde ainda não nos
encontramos.
Então, se quiser mudar, que seja por você.
Não
para ser amado, admirado ou aceito, mas para viver mais leve, mais
inteiro, mais consciente de quem você é.
Não porque o outro
te decepcionou, mas porque você decidiu deixar de se decepcionar com
o impossível.
A mudança real acontece no instante em que você
entende que o outro não vai te salvar, e mesmo assim, escolhe
continuar caminhando, sem culpas, sem máscaras, sem perder o próprio
rosto.
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